2018 chegou. O que muda?

31-12-2017: A programação está em alemão, no cardápio não há salgadinhos, lá fora está frio e não tem mar para eu dar meu último mergulho. Não para de chegar gente para a festa. Somos 97 para o jantar de fim de ano. Falta espaço para abrigar todos nas áreas coletivas da casa aquecida. A gripe derrubou sete. Eu estou tentando permanecer de pé.

De repente, tudo me pareceu estranho. As montanhas nevadas, o ar fresco, o idioma, a comida, os costumes, as roupas, as músicas, as piadas… Onde estou? O que me trouxe aqui? Cadê os meus para eu abraçar, chorar de gratidão por tudo que vivemos e de esperança por tudo que viveremos?

Que saudade!

Quais são meus planos para 2018, já que o meu maior sonho está em andamento? Me perdi na resposta. Meu coração está no Brasil, no colo dos meus pais, na companhia das minhas sobrinhas e da Pipoca, nos braços do meu irmão e nos longos e apertados abraços dos familiares e amigos.

Projeto-me para a Praia de Copacabana, posto 5 e meio (longe da muvuca). Com os pés descalços na areia fofa, olho para o céu estrelado de lua quase cheia e (ao som das badaladas do sino da igreja de Brienz que indica a chegada de 2018) visualizo a festa carioca. Ah, meu povo, minha identidade… ficarei eu cinco anos sem vocês?

Tento relembrar meu roteiro: Bulgária, Romênia, Holanda, Alemanha, Polônia, Estônia, Rússia, Geórgia, Turquia, Grécia e Itália estão nos planos para 2018.

O que está reservado para mim nesta trajetória pré-traçada?

Nesta confusão de pensamentos, lembro-me que aprendi que um dos nossos maiores sofrimentos é viver no passado ou no futuro. E lá estava eu alternando entre passado e futuro e esquecendo-me completamente de viver o momento presente: uma virada de ano nos Alpes Suíços, caminhando em direção à fogueira para agradecer pela dádiva da vida e pela rica oportunidade de explorar o mundo.