Escola dos Sonhos

A mensagem destaque do meu blog é de autoria do Christopher McCandless e foi retirada do livro e filme Na Natureza Selvagem: “A felicidade só é verdadeira quando compartilhada”.

Estou tão feliz com os frutos que tenho colhido durante a minha jornada de volta ao mundo em benefício da Educação e da Sustentabilidade, que, para me sentir plena, preciso compartilhar com vocês o último presente que recebi do universo. É o poder da cooperação!

Na Bulgária desde o dia 10 de janeiro, fui convidada para apresentar o meu projeto e trabalhar com um grupo de jovens da escola pública secundária do pequeno vilarejo de Suhindol, no norte do país. É a minha primeira experiência prática como educadora fora do Brasil (apesar de já ter atuado como voluntária em creches da Suécia e da Hungria).

O grupo é composto por 10 estudantes, entre 13 e 18 anos, de diferentes níveis escolares e classes sociais. A abordagem é o empreendedorismo social cuja participação é opcional. A escola SU St. Kliment Ohridski possui cerca de 180 alunos e estes 10 são considerados destaques (não apoio esta classificação que, na minha opinião, gera competição).

No nosso primeiro encontro, apresentei o Voe Nessa como a realização de dois sonhos e também o Brasil através de fotos da minha história pessoal e profissional, demonstrando minhas paixões pelo esporte, natureza, viagens, crianças e voluntariado. Na sequência, apresentei o plano de viagem e o desejo de co-criar, no retorno ao Rio de Janeiro, uma escola livre e sustentável.

Esta foi a melhor parte (muito feliz, gente!): antes de apresentar o slide sobre a escola que pretendo criar no Brasil, pedi a ajuda dos jovens búlgaros com ideias do que seria a “Escola dos Sonhos” para eles. Para a minha surpresa, as propostas foram muito parecidas com o que apresentei depois.

Traduzindo as propostas dos estudantes para a Escola dos Sonhos:

  • Clubes para diferentes interesses;
  • Lugares mais quentes (no sentido de acolhimento, calor humano);
  • Estímulo do autoconhecimento;
  • Espaço para as opiniões sinceras dos estudantes, sem medo de punição;
  • Material mais interessante e inovador (sem o uso do método e didática tradicional);
  • Mentores e conselheiros no lugar dos professores;
  • Foco nos interesses dos estudantes, ao invés de aulas;
  • Sem notas nem avaliação;
  • Sem aluno favorito;
  • Mesas em círculos representando igualdade.

Está mais que comprovado que a necessidade de transformação da Educação é universal!

Desenho do caçula, que sonha em ser jogador de futebol, enquanto conversávamos sobre a Escola dos Sonhos

No encontro seguinte, sugeri que eles escolhessem uma das propostas que considerassem mais fácil de propor a implementação na escola local. A princípio, reagiram bem assustados dizendo que seria impossível fazer alguma mudança dentro de um sistema tão fechado e passaram quase trinta minutos discutindo sobre a possibilidade de sentarem em círculo em todas as classes (dei espaço e ouvidos para as angústias e frustações coletivas).

No espaço em que trabalhamos, eles já sentam em círculos. A ideia é replicar o formato para as demais salas.

Quando propus a atividade em grupo baseada no World Café, eles demonstraram inicialmente cansaço e desânimo. É isso que o sistema tradicional de ensino faz com a maioria das crianças e jovens: suga as energias, provoca descrença e destrói sonhos e o desejo de transformação. Felizmente, com um pouco de estímulo, eles resgataram as esperanças e trabalharam em dois temas:

1) Lugares mais quentes (no sentido de acolhimento, calor humano)

 

2) Sem notas nem avaliação

Como dois grupos escolheram o primeiro tema (representando a maioria), nos próximos encontros, após o pequeno recesso, vamos tentar iniciar o projeto de transformação da escola local utilizando o material que eles co-criaram através da polinização de ideias.

 

 

 

O desafio é grande, mas o sonho é muito maior! Seguimos juntos em benefício da Educação Sustentável!

Deixo para a reflexão a primeira reação dos alunos quando pedi para criarem a Escola dos Sonhos: