Outono na Hungria

Minha passagem pela Hungria durou duas semanas e meia durante o gélido e dourado outono, onde tive a grata oportunidade de:

  • trabalhar como voluntária em uma ecovila;
  • ser desafiada com um feedback inesperado (que eu classifiquei como furacão);
  • trocar valiosas experiências com os pais da associação Waldorf;
  • morar numa creche por cinco dias;
  • acompanhar uma educação baseada na natureza;
  • conhecer o tradicional yurt húngaro;
  • experimentar deliciosos pratos regionais;
  • conectar-me a uma professora artista brasileira;
  • participar de uma festa de sete anos;
  • brincar com as crianças;
  • receber o enorme apoio e carinho de seus pais; e ainda
  • explorar a charmosa capital.

Desembarquei em Budapeste e fui direto para a Ecovila Biofalu, situada na cidade de Máriahalom a 40 km da capital. Em uma área de 50 hectares, com muito verde (e amarelo por causa da estação), o espaço se divide em uma grande pousada muito bem estruturada capaz de acomodar 70 visitantes, e em algumas pequenas casas construídas com recursos naturais e reutilizados. Minha previsão era ficar na “comunidade” por três semanas. No entanto, como meu trabalho se concentrou na pousada apenas dando suporte aos hóspedes que estavam em um retiro de silêncio, preferi encurtar este período por não identificar uma vida em comunidade no local.

Pousada Biofalu

Apoiando voluntariamente na cozinha

Gélido outono

Outono verde e amarelo

O fundador Géza, emissor do feedback furacão, me apresentou ao grupo de pais associados à Pedagogia Waldorf na cidade de Piliscsaba (a 27 km de Budapeste). Conexão realizada, fui convidada a apresentar o meu projeto na creche que, posteriormente, me abrigou por cinco dias. Após a palestra, recebi o convite para hospedar-me na casa que acolhe as crianças no auge do inverno basicamente para as refeições.

Partida para a creche

Palestra para os pais

Casa-creche

Tive a oportunidade de acompanhar este projeto fundado pelos pais, onde as crianças entre 2 e 6 anos passam o período das 8h às 13h brincando livremente na Natureza.

Visão geral do espaço

O local totalmente aberto oferece recursos naturais como árvores, terra, galhos secos, troncos e pedras para que a criançada use e abuse da criatividade. E como a turminha é capaz de criar diferentes tipos de brincadeiras com simples recursos! Eles interagem entre si, formam grupos e vão trocando naturalmente de atividade dependendo do interesse de cada um. É valioso demais observar como eles são independentes e autônomos. Mesmo tão pequeninos, são livres para usarem enxadas, facas, serrotes e outras ferramentas manuais sem qualquer restrição.

    

Faça sol, chuva, gelo ou neve, eles estão lá (todos empacotadinhos com suas roupas adequadas para a estação) brincando e aprendendo organicamente.

Enquanto eles aprendem se divertindo, as educadoras cozinham, cantam e monitoram o grupo. Às vezes, é necessário parar para intermediar a resolução de algum conflito.

   

Moemos o trigo, fizemos o pão e tratamos a lã (sempre na companhia de alguma criança curiosa).

Fechamos a temporada pré-inverno com uma deliciosa caminhada e picnic na floresta.

Durante a minha estadia como hóspede na creche, pude apoiar as educadoras na organização, estreitar meu relacionamento com algumas famílias, passar um sábado inteiro com uma professora brasileira (que me recebeu em sua casa com muito carinho e me apresentou à escola Waldorf em que trabalha).

Educadoras Mariann e Zsuzanna

Instalações prontas para receber as crianças na temporada de inverno

Aniversário de 7 anos do querido Nimród

Família especial que me acolheu como membro

Escola em que a brasileira Martha Pires atua como professora

Visita noturna ao atelier da Martha

Foram dias intensos de muito aprendizado e confirmação de que estou no caminho certo. Agradeço a todos os novos amigos que facilitaram o meu caminho com uma calorosa hospitalidade (infelizmente, não tenho registro com todos).