Há exatos seis meses eu embarcava no aeroporto internacional do Rio de Janeiro para um voo transformador.
Renunciei a zona de conforto da cidade natal para voar como estrangeira. Escolhi viver um longo período longe da minha família, dos meus amigos, do meu lugar e comida preferidos, da minha língua materna, costumes e identidade para voar comigo mesma, para conhecer o novo, os meus limites, forças e fraquezas.
Hoje, completando 10% da jornada planejada, sinto-me como já tivesse vivido 6 anos. Se eu ainda estivesse no mundo corporativo, realmente eu precisaria de 6 anos para viver estes 6 meses (considerando os 30 dias de liberdade que eu tinha por ano).
Ao longo do caminho para uma das praias da ilha em que estou, onde dei o meu primeiro revigorante mergulho no mar europeu, esforcei-me para recordar todas as experiências que tive nos meus voos por Portugal, Espanha, Inglaterra, Suécia, Dinamarca e, agora, Croácia.
Conheci tantas pessoas e lugares diferentes, provei diversos sabores, vivenciei vários costumes, usei trajes novos, dancei músicas jamais ouvidas, falei outras línguas, brinquei com crianças de todas as idades, adquiri novos talentos, fiz numerosas atividades pela primeira vez e, acima de tudo, recebi a abundância do universo em forma de cooperação.
Aprendi a amar à distância.
A seguir diferentes regras.
A conviver com estranhos e com a minha própria estranheza.
A ser mais paciente e flexível.
A conectar-me com a diversidade e com o todo.
A ser livre.
Livre para escolher meus próximos voos e pousar onde o fluxo e a sincronicidade do universo permitirem eu seguir com a minha missão.
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