De repente, 40!

Se eu começar a contar tudo o que vivi nas últimas horas dos meus 39 anos, vocês vão querer me dar um abraço duplo! Um celebrando o meu aniversário e outro me confortando. 🙂

Gente, que maratona! Ufa!

Acordei ainda na Nova Zelândia. Mais precisamente em Auckland, voluntariando em um festival pra lá de especial (Voices of Sacred Earth). Minha última participação no evento foi fazendo uma meditação transformacional em forma de dança. Ali, sem saber, eu recebi energia extra para encarar as próximas horas.

Mochila nas costas, lá fui eu encontrar minhas “siStars” de Waiheke para uma celebração antecipada dos meus 40, que elas prepararam com muito amor e carinho, em pleno centro de Auckland, ao lado da estação de ferry.

Puawai (amiga maori) preparando e abençoando a aniversariante
Cheers!
Gratidão, Zan (amiga rainbow da África do Sul) e Puawai por todo AROHA (amor em maori).

Como se não bastasse todo esse carinho, elas ainda me levaram no aeroporto e me aguardaram até o momento do embarque para dar aquele tchauzinho clássico e saudoso na travessia do portão. Ah! E teve bolo, claro!

Bolo na Nova Zelândia – aeroporto de Auckland

Focou no sorriso da última foto? Nem precisa explicar a alegria, né?! Mas como tudo nessa vida passa… esse sorriso escancarado infelizmente não durou muito, pois, quando cruzei o portão de embarque, descobri que meu voo para Melbourne havia sido cancelado. O primeiro no meu histórico de viajante! E agora? Pensei. Como vou fazer para pegar a minha conexão para o Vietnam, já que as companhias aéreas são diferentes? Questionei.

Depois de muito estresse com as atendentes da Jetstar, que não vale a pena detalhar aqui, descobri que eu tinha que passar novamente pela imigração da Nova Zelândia e resolver a minha situação no balcão de check in. Sim, aquele que eu havia acabado de passar para despachar a minha bagagem.

Passaporte estampado de novo e boas vindas em maori recebidas, lá fui eu para o segundo e longo capítulo da novela protagonizada pelos atendentes, que concluíram que a única coisa que eles podiam fazer era oferecer-me comida, transfer e hotel enquanto eu aguardava o voo das 6h da manhã operado por outra companhia aérea, cujo bilhete eu tive que comprar às pressas. Lá se foram 325 dólares, que espero ser reembolsada pelo seguro viagem.

Passagem comprada, finalmente tive tempo para checar as minhas mensagens e recebi a triste notícia que eu havia perdido uma amiga para o câncer. Permiti-me chorar. (Eu disse, no início do texto, que precisaria de energia extra).

Manu, esta italiana no meio da foto de sorriso escancarado e alma genuína, foi a minha facilitadora em Findhorn na Escócia. Nesta foto, celebrávamos o meu aniversário de 39 anos. Você é luz, Manu, e estará sempre entre nós! Descanse em paz!
Depois do sufoco, finalmente no aeroporto de Melbourne fazendo check in para o Vietnam
Em território vietnamita (Ho Chi Minh City) após 8 horas de voo

Pensa que a maratona acabou? Nananinanão! O meu visto havia sido pré-aprovado, mas eu precisava retirá-lo oficialmente no aeroporto. Entreguei toda documentação anunciando que eu tinha uma conexão em duas horas para Hanoi, meu destino final. Após uma hora e meia de espera e muito estresse que também não vale a pena detalhar, lá fui eu correndo feito louca com a mochila nas costas, pedindo permissão para passar à frente de todos nas diversas filas gigantescas, até chegar no portão de embarque do terminal de voos domésticos, onde toda a tripulação me aguardava. Ufa! Entrei no último voo e apaguei…

Já em Hanoi, com a minha anfitriã me esperando no estacionamento, percebi, ao resgatar a bagagem, que faltavam alguns itens acoplados à minha mochila e lá fui eu encarar o balcão de reclamações de novo.

Quando finalmente consegui sair do aeroporto, já era meu aniversário no horário da Nova Zelânda e fui recebida com uma surpresa que fez meu sorriso escancarar novamente! 🙂

Bolo e flores no estacionamento do aeroporto de Hanoi, surpresa preparada pela minha anfitriã Chi (amizade fruto da Green School Bali)
Jantar de boas vindas

De repente, 40! Após uma noite de descanso, ao olhar a data no celular, realmente caiu a ficha de que eu estava iniciando uma nova década, num novo país, numa cidade que eu havia acabado de chegar, dormindo em uma nova cama com um travesseiro diferente, ouvindo da janela um idioma que eu não entendia. Era hora de respirar fundo e agradecer!

Preparei um altar com elementos dos cinco continentes:

1)as flores de boas vindas e a ajuda financeira que recebi de presente da Chi e da Genesis School, representando a Natureza, a cooperação, a Ásia e o início do novo ciclo de vida e de jornada no Vietnã;

2) os anjos de Findhorn, presente do último aniversário doado pela amiga britânica Lucy e amigo alemão Alex, representando a minha conexão com Deus, o continente europeu e honrando o anjo de luz e amiga Manu;

3) a arte maori feita com carinho pela amiga Puawai, representando a Oceania, a conexão do ser humano com a Mãe Terra e o encerramento do lindo e especial ciclo na Nova Zelândia;

4) um colar doado pela amiga Zan da África do Sul, representando o amor, a eternidade e a amizade (especialmente as que fiz ao longo desta jornada);

5) a bandeira do Brasil e a foto da minha família, representando as minhas origens, o anjo que ganhei dos meus irmãos de coração Fabinho e Sandra, representando todos os meus amigos brasileiros, e o cartão Gaia Education, base do meu projeto, representando a Educação para Sustentabilidade, tema responsável pela transformação da minha vida nos últimos cinco anos.

Altar sagrado dos meus 40

Meditei, chorei, sorri, honrei, celebrei, agradeci e tirei o anjo que me acompanhará neste novo ciclo: Criatividade! Aho!