Desde o início de abril, coincidência ou não – período do meu aniversário, venho sendo nutrida/presenteada com a energia das crianças que convivi nas escolas que tenho visitado.
Hoje, meditando, me veio o desejo de escrever sobre o que tenho recebido destes mestres infantis.
A primeira lição é que eles estão sempre no agora, vivem intensamente cada momento sem se preocupar com o passado ou com o futuro.
A segunda é que eles respeitam o seu próprio tempo sem se importar com o tempo que os adultos estabelecem.
A terceira é que eles se adaptam facilmente às diferenças.
Hoje, eu me emocionei muito com uma criança de 5 anos que, com o globo terrestre em suas mãos, perguntou à sua tutora onde estavam localizadas as guerras.
Lágrimas caíram por minha total incapacidade de lidar com esta pergunta.
O que responder para uma criança pura e inocente que já se preocupa com esta problemática que aterroriza a humanidade?
Prefiro me concentrar no que estas pequeninas mãos podem fazer para transformar a atual realidade. Na foto abaixo, as crianças do Colégio Rural Agrupado Público situado em Gondomar, na região da Galícia, fazem um trabalho de arte para uma ação de coleta de azeite de oliva para enviar às pessoas que vivem no Deserto do Saara.
No Espacio Gándara, também em Gondomar, os artistas criam um campo de flores.
No Centro de Ensino Galego Semente Vigo, os pequeninos são tão autônomos que trocam suas próprias fraldas com a orientação das educadoras.
Em O Pelouro, divisa entre Espanha e Portugal, estes mestres criam o mapa mental dos projetos que eles próprios escolheram desenvolver. Os temas são surpreendentes!
Já em Portugal, em O Mundo Somos Nós, as crianças utilizam os próprios recursos da Natureza para presentear seus amigos, familiares e visitantes (eu recebi uma coroa verde de presente).
Na Escola da Ponte, ensinar o que se aprende é uma prática comum entre os alunos. A oficina Leituras que Unem é um dos projetos implementados.
Os momentos mais preciosos que vivi até aqui estão registrados apenas em minha memória: os sorrisos, os olhares brilhantes, os abraços sinceros, os beijos estalados, a partilha nos jogos, a curiosidade sobre o Brasil… a energia que nutre a alma.
Em breve, com um pouco mais de tempo, pretendo escrever a minha experiência mais detalhada em cada visita e o que identifiquei de melhor em cada escola.
Sigo feliz em meu caminho, voando livremente.
2 thoughts on “A energia das crianças”
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