No dia em que o mundo celebrou o Dia Internacional das Mulheres, eu preferi entrar no meu casulo.
Voar cansa.
As marcas de expressões no meu rosto comprovam.
Mas cansaço não representa desistência. Continuarei voando e sorrindo, mesmo esgotada.
As duas últimas fronteiras foram muito difíceis e me fizeram chorar de raiva. Especialmente a da Irlanda, onde uma policial MULHER fez de tudo para bloquear a minha entrada no país.
Não conseguiu, mas deixou marcas. Tive uma crise de enxaqueca com áurea (onde se perde parcialmente a visão) em pleno centro de Dublin sozinha.
Dentro do meu casulo, eu me questionava:
Quando realmente seremos uma unidade?
Quando partiremos do princípio que somos essencialmente pessoas do bem?
Quando deixaremos de nivelar por baixo algo que uma pequena minoria representa?
Quando haverá igualdade entre nós?
O fato de determinados grupos se acharem superiores simplesmente pelo local de nascimento é inaceitável para mim.
Latinos, africanos e asiáticos são tratados como suspeitos ao entrarem em território europeu até que provem o contrário. Até quando?
Estou aqui há um ano. Recebi muita ajuda e solidariedade e sou imensamente grata. Mas situações constrangedoras como essas nas fronteiras sugam minha energia.
No meu casulo, reconecto-me com minha essência, valores e missão.
Encontro proteção, alimento e regozijo para a minha alma, que anseia transformação.
Alimentada e esperançosa, sigo voando.
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