Ásia pós Transiberiana

Um mês já se passou desde que completei a Transiberiana.

Se você não conseguiu acompanhar os textos que escrevi sobre esta experiência única, compartilho os links abaixo:

Principal lição do caminho de ferro transiberiano
10 curiosidades sobre o que observei pela janela, dentro do trem e nas plataformas
 Vivendo com os nativos durante a Transiberiana

Como previsto na minha mudança de planos rumo à Ásia, passei por Hong Kong e Malásia até chegar em Bali, na Indonésia, de onde escrevo este texto em uma estação de trabalho feita de bambu, num escritório também feito de bambu, sem paredes e janelas, situado na floresta e no coração da escola internacional – que é referência e uma das pioneiras em Educação para Sustentabilidade no mundo: a Green School.

A treze horas à frente do Brasil, o milagroso gongo balinês que paralisa a escola todos os dias às 14h soou há pouco três vezes nos lembrando de ativar a concentração, observar a respiração e agradecer. Educadores, pedagogos, administradores, pesquisadores, estagiários, equipes de comunicação, marketing, eventos & bem-estar e TI – que dividem o mesmo espaço – param tudo que estão fazendo para prestar atenção no momento presente (um parêntese para mencionar a lembrança carinhosa e saudosa dos grandes e queridos amigos da Radix ao descrever todas essas áreas envolvidas).

Neste rápido exercício de concentração, observação e agradecimento, tive um desejo imenso de agradecer por todas as experiências que vivi no último mês na Ásia.

Em Hong Kong, pela magia, paz e tranquilidade das imponentes montanhas, jardins, monastérios e templos budistas; e por toda tecnologia, facilidade e organização da cidade que me encantou com o seu eficiente sistema de transporte.

Na Malásia, pelas frutas tropicais e farta oferta de água de coco após 17 meses longe do Rio; pela visita ao Instituto de Pesquisa Florestal (FRIM) onde tive a oportunidade de passar o dia observando a rotina dos locais; e, principalmente, pela calorosa recepção do artista e novo amigo Adi que gerencia um hostel sustentável (KLBackpacker.com onde me hospedei) e um projeto educacional inspirador (Senimankecil.com).

E, claro, pela indescritível energia da Indonésia e rica cultura balinesa cuja população local e internacional me acolheu carinhosamente e me convidou a estender minha estadia por aqui.

 

Na cerimônia de encerramento do curso de educadores que fiz na Green School (cujos detalhes abordarei em outro post), dei um feedback sugerindo incluir no tour com os participantes o projeto interno liderado por um engenheiro mexicano que consolida todos os projetos em andamento na escola, relacionando-os a cada Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) divididos em cinco categorias: Pessoas, Água, Energia, Resíduos e Solo.

A gestora do treinamento gostou tanto da ideia que me convidou a apoiar no desenvolvimento do próximo curso internacional de educadores, que acontecerá no final de novembro. E, como se não bastasse esse presente, me convidou também a facilitar o mesmo treinamento que estou ajudando a desenvolver.

Digo presente porque este curso é um dos projetos inovadores selecionados em 2018 pela HundrED, organização finlandesa sem fins lucrativos que busca e compartilha 100 inovações inspiradoras na Educação por ano em todo o mundo.

Motivos não me faltam para agradecer e celebrar!

Trabalhamos intensamente nas últimas três semanas no programa que foi desenhado com cuidado, pensando na missão da escola que é desenvolver uma comunidade de aprendizes fazendo o mundo sustentável, onde alunos e educadores são encorajados a “abandonarem” suas salas de aula e serem ativos e naturais, baseando-se em projetos, experimentando, construindo relacionamentos, questionando e aprendendo com as falhas.

Através da quebra de paredes entre a escola e a comunidade, aprendem a lidar com os problemas do mundo real e a fazer conexões com o ambiente. São estimulados a se tornarem pensadores críticos e a melhorar seus aspectos criativos em todas as disciplinas, desenvolvendo habilidades de colaboração e comunicação, pensamento crítico, e liderança através do aprendizado desordenado.

E este será o foco do programa de cinco dias: Como organizar o desorganizado?

Amanhã, sexta-feira, encerro o meu primeiro ciclo na escola balinesa e volto em novembro cheia de energia e gratidão para mais um desafio!